O nosso interior é subdividido entre as áreas psicológica e espiritual. No psicológico existem traumas que vamos gravando no inconsciente desde que estamos em útero materno. Esses traumas vão ficando implantados, semeados em nosso inconsciente, podendo afetar também a área espiritual, gerando, além do trauma, a culpa, a mágoa ou a revolta. Assim, os problemas que bloqueiam a nossa espiritualidade, que bloqueiam a essência do nosso ser, constituída pela bondade, pelo amor, são as nossas culpas, mágoas e revoltas.

Nessa breve reflexão e partilha sobre o sentimento de culpa, pretendemos esclarecer para você que a culpa é um sentimento que bloqueia a nossa espiritualidade. A nossa espiritualidade é gerada no dia da nossa concepção pelo próprio Deus. Diversas pesquisas, até mesmo da área psicológica, têm provado que no momento da concepção existe a ação de algo sobre humano, que não é físico, ação que gera a nossa espiritualidade. Podemos dizer, então, que a nossa espiritualidade é a nossa identidade divina.

Se somos filhos de Deus, a nossa espiritualidade é boa, somos bondade, somos amor, somos criatividade, a essência do nosso ser é essa. Mas a culpa, não só a culpa, mas aqui vamos enfatizá-la, pode bloquear a nossa espiritualidade, ela pode reter tudo o que há de bom em nós, não permitindo que sintamos a intensidade da vida, incluindo a alegria de viver, a consciência de que somos bons, de que somos capazes de amar, como, também, merecedores de receber amor. Vamos, agora, orientar nossa reflexão para aquela culpa que não temos consciência dela. É um fato real que todo ser humano sente, no fundo do seu ser, culpa de viver. Por que?

Porque, na maioria dos casos, quando ocorre uma concepção, os pais são pegos de surpresa, despreparados. Surge uma preocupação por parte dos pais pelo trabalho que terão. Cria-se um registro inconsciente no ser gerado de que vir a essa vida significa dar trabalho a alguém e, muitas vezes, nós sentimos culpa por dar trabalho. Logicamente, como o registro é inconsciente, a culpa instalada também é inconsciente. É extremamente necessária a conscientização de tais fatos, para que se seja assumida a necessidade de cura interior.

Outro fator que, de forma inconsciente, atinge bastante o ser humano com o sentimento de culpa, é ter nascido do sexo oposto ao da preferência dos pais. Dar trabalho, ser o oposto do que nossos pais queriam que fôssemos, geram um veneno que vai se soltando dentro de nós pouco a pouco. Estes são alguns exemplos de culpa inconsciente, mas existem vários outros.
A culpa é o ressentimento que temos guardado conosco, é uma mágoa acumulada contra nós mesmos por não termos correspondido às expectativas daqueles que são importantes para nós. Muitas vezes os nossos pais nem nos cobram nada, nós mesmos é que nos cobramos, nós mesmos é que queremos dar satisfações a eles do quanto somos bons, do quanto somos perfeitos, mas, na verdade, não precisamos provar nada porque o amor não pede provas, como também não pede o amor de nossos pais, mas, infelizmente, nós acreditamos que pede.

Enquanto cultivarmos essa crença enganosa, o veneno da culpa estará circulando dentro de nós e provocando os seus estragos. A chave para a mudança está dentro de cada um de
nós. Cultive o amor próprio e busque a cura integral.

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